Discurso proferido por S.E. o Presidente da República, Jorge Carlos de Almeida Fonseca por ocasião da Cimeira da Paz Nelson Mandela

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E.U.A, 24 de Setembro de 2018

Excelências
Senhoras e Senhores Chefes de Estado, de Governo e de Delegação
Sra. Presidente da Assembleia Geral
Senhor Secretário Geral
Minhas Senhoras e Meus Senhores

A Paz, a estabilidade que ela permite e o progresso que ela favorece, é, sem dúvida, a par da liberdade, o bem público maior para a Humanidade e para o convívio entre as Nações. Nelson Mandela, o grande ícone da Paz que foi, é natural que ele nos inspire e seja o guia na nossa reflexão, ação e responsabilidade de Estados e Nações, de tudo fazer para o que Mundo realize a Paz global.

Infelizmente, ainda neste primeiro quarto do século XXI, temos a lamentar a existência e a proliferação de novos conflitos, somando mais sofrimento e destruição de vidas. Neste ano dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, são ainda muitas as zonas de sombra pelas violações que persistem e teimam a manchar a face da Dignidade humana. Três anos depois da adoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das pessoas e do planeta, homens e mulheres correrão o risco de ficar para trás se não encontrarmos as soluções de financiamento para a realização das metas fixadas no horizonte de 2030.

Excelências

Felizmente, também, nem tudo é apocalíptico se atentarmos aos exemplos que indicam o caminho a seguir, onde conflitos foram terminados ou evitados, onde os direitos humanos têm sido promovidos e onde a pobreza tem diminuído.

Esses exemplos apoiam a Visão do Secretário Geral, a quem aproveito para felicitar, ao estabelecer uma relação de causa a efeito reciproca entre a perenização da paz e o desenvolvimento sustentável. Exemplos onde a prevenção e o diálogo político têm impedido o despoletar de conflitos e onde o desenvolvimento tem reforçado as possibilidades de paz. Exemplos finalmente que encontramos na acção de Nelson Mandela feita tanto de luta política quanto de tolerância e persuasão dos ideais de justiça.

Excelências

Cabo Verde, na sua luta pela emancipação do colonialismo encontrou no exemplo de Nelson Mandela, mais do que uma referência, uma ancoragem. A Paz que mantivemos após a independência foi o nosso principal trunfo. Ela levou-nos progressivamente a instaurar um Estado de direito democrático, respeitador e protetor dos direitos e das liberdades fundamentais.
Acreditamos que o exemplo de Cabo Verde, ainda que pequeno, não deixa de ter a força intrínseca que o caracteriza. Da mesma forma que temos contado com a solidariedade internacional, o nosso contributo para que haja mais paz e desenvolvimento no Mundo, reside na contribuição modesta, certo, do nosso exemplo e de, com ele, podermos trabalhar solidariamente com todos.

Bem-haja a memória de Nelson Mandela
E bem-haja a Paz e o Desenvolvimento no Mundo

Muito Obrigado.