Como Patrono da Década do Oceano (UNESCO) e Champion Para a Preservação do Património Natural e Cultural de África (UA), o Presidente da República, José Maria Neves, visitou a bordo do navio de investigação alemão Meteor a expedição científica M209, que desde 19 de abril opera em águas cabo-verdianas. Com 28 cientistas de várias nacionalidades, incluindo três cabo-verdianos, a missão já identificou novas espécies marinhas e registros inéditos no Atlântico Norte.
Em entrevista à comunicação social a bordo do navio Meteor, que se encontra por estes dias ancorado na Baía do Inferno, o Chefe de Estado sublinhou a cooperação científica que a GEOMAR vem fazendo com Cabo Verde há algum tempo, para além de outras expedições, nomeadamente do Navio OceanXplorer – que também visitou, no dia 31 de março – e que permitem um maior conhecimento dos nossos mares, inclusive, das nossas águas profundas de outra forma não nos seria possível. O Meteor, por exemplo, para além de investigar a vida marinha, está a fazer mapeamento do fundo do nosso oceano.
“Então, são novas possibilidades, 50 anos depois da nossa independência estamos a redescobrir os caminhos para continuar a transformar e a modernizar Cabo Verde”, frisou o Presidente Neves. Isso, diz, “é extraordinariamente importante”, não só para as instituições públicas, mas também para as ONGs como a Lantuna que faz a gestão dos parques naturais de Baída do Inferno e Angra, ou o Projeto Vitó, a Biosfera e outras ONGs que atuam na preservação dos oceanos, um pouco por todo o país.
José Maria Neves elogia o trabalho que é feito por essas ONGs, mesmo sem todos os equipamentos disponíveis nessas expedições, e, mais uma vez, apela a um maior apoio das mesmas para que possam desenvolver os seus projetos e pesquisas.
Entusiasmado com o que já conseguiram observar, o líder da expedição, Henk-Jan Hoving, destaca a biodiversidade marinha de Cabo Verde que é “fantástica. Vimos tantas espécies diferentes e ainda estamos analisando os espécimes que coletamos e observamos. É possível que tenhamos encontrado novas espécies para Cabo Verde, além de registros inéditos de animais que nunca haviam sido observados aqui antes. Então, sim, é muito rico em biodiversidade.”
Keiver Neves, jovem biólogo marinho da Biosfera e um dos três cientistas caboverdianos a bordo, os outros são Rui Freitas da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), e Vanessa Lopes (Projeto Vitó), considera ser esta uma experiência única, e relata algumas descobertas feitas durante a referida expedição, que inclui novas espécies identificadas de camarão, assim como ostras gigantes e paredes repletas de corais, com até 120 metros de altura, entre outras.
Fim de uma era, início de outra
O METEOR, com os seus precisos 97,5 metros de comprimento, prepara-se para a reforma após quatro décadas de serviço. O novo METEOR IV, com 120 metros, deverá entrar em operação nos próximos anos, marcando uma nova fase na investigação oceanográfica alemã.
Confira a vídeo reportagem desta visita do Presidente da República ao METEOR e veja as entrevistas efetuadas a bordo, ao líder da expedição e do biólogo marinho cabo-verdiano, Keiver Neves.

