O Presidente da República, José Maria Neves, reafirmou, esta quinta-feira, 13 de novembro, na abertura do Seminário Internacional “Ler África Ibero-América”, no Tarrafal, o seu apelo à elevação e valorização da língua cabo-verdiana, em diálogo com o português e o espanhol, sublinhando a importância da língua nacional para o aprendizado dessas duas e de outras línguas, a contribuir, também, para a construção de uma cidadania livre e consciente.
A intervenção ocorreu na sessão de abertura da 1.ª edição do Seminário Internacional “Ler África Ibero-América”, realizado, simbolicamente, no antigo Campo de Concentração do Tarrafal — hoje transformado em “santuário de memória, resistência e dignidade”.
No seu discurso, o Chefe de Estado destacou que a língua cabo-verdiana é fruto do encontro de culturas e povos, sublinhando que ela deve ser vista “não em confronto, mas em diálogo com o português e o espanhol”, como caminho de aprendizagem mútua e de enriquecimento identitário.
José Maria Neves lembrou que este encontro entre África e a Península Ibérica adquire um profundo sentido num tempo de confronto e de polarização, onde “avança o discurso do ódio”. Para o Presidente, o diálogo, a leitura e o conhecimento são as respostas mais luminosas para reencontrar caminhos de paz e de entendimento entre os povos.
Referindo-se ao lema do seminário — “Utopia como resistência. Resistência como utopia” —, o Presidente afirmou que ler é um ato de insubmissão e de liberdade, uma forma de “semear futuro onde outrora reinou o medo”. E sublinhou: “Os livros são os nossos mais poderosos arsenais de paz, porque educam, humanizam e reconciliam”.
O Chefe de Estado expressou o seu reconhecimento ao escritor Mário Lúcio Santos pela idealização do evento e à presença de escritores, editores, académicos e mediadores de leitura de várias latitudes, destacando que “é com crenças desta envergadura que se constrói o Cabo Verde do futuro”.
Confira o discurso, na íntegra, no link, a seguir:




