Perante o Presidente da República e uma sala muito bem composta e diversificada, entre Familiares de Mascarenhas Monteiro, representantes das instituições do Estado e dos setores da sociedade, do Corpo Diplomático e dos organismos internacionais, a Doutora Maria Luísa Ferro Ribeiro discorreu, com profundidade, mestria e brilho sobre o percurso do homem e estadista que foi o primeiro Presidente eleito democraticamente, por dois mandatos consecutivos, no país.
“Mascarenhas Monteiro é um exemplo que fica na história pelo seu papel na transição de Cabo Verde para a democracia”, refletiu Ferro Ribeiro, que apresenta, assim, o antigo Presidente como um construtor da democracia, zelador da justiça, que, sempre coerente, deixou um legado enorme ao país, tendo promulgado, com sentido de Estado e responsabilidade, a Primeira Constituição da República.
António Mascarenhas Monteiro, que, nas suas palavras, primava por “servir o país, o povo, a Nação e o Estado” conseguiu, refere, garantir a tranquilidade e a compreensão do processo de transição democrática pela população, que se viu perante um regime desconhecido, e a convivência entre a oposição e o novo governo no novo contexto político de Cabo Verde.
A antiga professora e mandatária de António Mascarenhas Monteiro enalteceu, por outro lado, o legado “duradouro, indelével, multifacetado e complexo do primeiro Presidente eleito por sufrágio direto e universal em Cabo Verde. Entre os eixos importantes que marcou a magistratura deste distinto Presidente destacou a construção de um Cabo Verde inclusivo e a defesa da identidade e da cultura nacional.
Como legado, o antigo Presidente, que considerou uma referência para as gerações futuras, deixou, ainda, um elevado padrão ético de ação cívica, sendo um exemplo de coerência e estadista, um construtor do diálogo e zelador da justiça.
Luísa Ferro lamentou, entretanto, o que chama de amnésia geracional e falta de conhecimento, tendendo cada geração a esquecer que o mundo foi moldado pelos seus antecessores.