3º CANAES da CECCV: PR destaca valores do escutismo e reafirma Homenagens a Amílcar Cabral e Dom Paulino Évora
O Presidente da República, José Maria Neves, marcou presença e proferiu o discurso de encerramento do 3º Campo Nacional de Escuteiros (CANAES) do Corpo do Escutismo Católico Cabo-Verdiano (CEC-CV), que reuniu cerca de 600 jovens em Viveiros – Chão Bom, Tarrafal, na ilha de Santiago. Na sua intervenção, o Chefe de Estado não só exortou os participantes à vivência dos valores escutistas, destacando a importância deste campo para a experiência de vida dessas crianças e jovens, mas também realçou a importância das homenagens prestadas pelo 3º CANAESa Amílcar Cabral e Dom Paulino Évora, figuras históricas de Cabo Verde e da Igreja.
Dirigindo-se aos escuteiros, o Presidente José Maria Neves incentivou-os a cultivar e a perpetuar valores como a amizade, o companheirismo, a paz, o trabalho em equipa e o respeito, sublinhando que a dedicação a estes princípios é fundamental para a construção de uma nação “mais forte e mais sólida espiritualmente”.
Em ano de cinquentenário da Independência e dos 25 anos da criação do CEC-CV, Amílcar Cabral e Dom Paulino foram as figuras homenageadas neste 3º CANAES, que decorreu de 22 a 29 de julho. Homenagens essas que José Maria Neves considerou feliz e merecidas, realçando a relevância destas duas notáveis figuras da história de Cabo Verde.
Enquanto Cabral lutou pela independência e liberdade do povo cabo-verdiano, Dom Paulino deu, também um valioso contributo, não só para a afirmação da sua Igreja, mas também pela liberdade e desenvolvimento espiritual do cabo-verdiano. A motivação da luta de Cabral deveu-se ao fato de, como o próprio dizia “ver guineenses serem açoitados e caboverdianos a morrerem à fome”.
Sobre Dom Paulino, Neves recorda as palavras do bispo ao regressar a Cabo Verde, vindo de Angola onde cumpria missão antes, em junho de 1975, a afirmar que regressara a Cabo Verde para trazer a “boa nova da liberdade”. O Chefe de Estado realçou o papel de Dom Paulino na estruturação da Igreja Católica e na fundação do CEC-CV que muito tem contribuído para a formação de “cidadãos úteis”, como afirmou a chefe nacional do CEC-CV, Zezinha Alfama, que sublinhou ter esta iniciativa em Chão Bom ultrapassado “todas as expetativas”.