A tarde de 01 de Outubro foi dedicada à visita às instituições de Ensino Superior na Ilha de São Vicente, que começou com um encontro dos reitores na Universidade Lusófona.
O Magnífico Reitor da Universidade Lusófona, doutor Herculano Rodrigues, deu as boas vindas ao Presidente da República e comitiva que o acompanha. Depois das boas vindas, seguiu-se um encontro com os demais reitores e representantes de diversas universidades sediadas em São Vicente.
Nesse encontro, o Presidente da República ficou a saber que o financiamento ao ensino superior constitui um grande problema. Alguns cursos têm grandes custos e o Estado só apoia em 34%. Fez-se a comparação de apoio do Estado ao ensino superior em vários países, onde o ensino é visto como um investimento, não como um custo. Levantou-se o problema de igualdade e justiça no financiamento das universidades privadas face à Universidade pública, já que todos prestam um serviço público.
Neste momento, a UNICV conta com 108 Doutorados – cerca de 1 professor por cada 120 alunos. A meta, segundo o vice-reitor é chegar a 1 professor por Curso – (“temos uma média de 1 professor por cada 50 alunos”). “A UNICV tem vindo a investir na formação de professores. Um grande esforço na capacitação dos professores, já com uma larga percentagem de doutorados, querendo chegar a 90% até 2020. A UNICV preocupa-se muito com a manutenção dos alunos na universidade, evitando assim, o aumento da taxa de desistência”, disse.
A UNICV conta com cerca de 5000 alunos e concede cerca de 1000 bolsas anuais, a nível nacional.
O ISCEE, representada pela Professora Lia Medina, conta com cerca de 300 alunos em São Vicente e 700 na Praia, tem uma propina de 14 contos mensais. Verificam que há um grande problema de os alunos cumprirem com as propinas.
Segundo Lia Medina, talvez seja preciso haver uma forma de retorno do investimento, a alimentação do sistema de ensino. “É importante que a agência de regulação da avaliação entre em vigor. A acreditação de novos cursos constitui um problema, é preciso alguma regulamentação”, remata.
“Já se nota a diminuição de alunos e não é possível ter universidades com os mesmos cursos. As vagas que são atribuídas no exterior diminuem a quantidade de alunos que podiam estudar cá em Cabo Verde e que vão através das Câmaras Municipais, via geminações. Não é possível competir dessa forma. Mesmo o acesso às bibliotecas online B-on têm que ser via protocolo governamental”.
A M_EIA, com cerca de 33 a 35 alunos nos cursos de arquitetura e design, depara-se com o mesmo problema. Tem um custo muito elevado para manter esses cursos.
As Universidades privadas prestam o mesmo serviço público que a universidade pública e como tal devem ser subsidiadas e compensadas da mesma forma pelos serviços que prestam, advoga o Reior da Lusófona.
Todos estiveram de acordo de que a sustentabilidade do sistema é importante para que o privado possa subsistir.
Outro problema abordado tem a ver com a insularidade que traz um custo muito elevado e isso vê-se nos alunos que se deslocam de outras ilhas para estudar em São Vicente ou Praia. Consideram que é uma questão de justiça criar condições para que esses alunos possam estudar.
As disparidades de custo de propina entre a universidade pública e os privados, segundo os presentes, ferem a questão da justiça, daí pedirem que esses aspectos tenham a atenção do Presidente da República.
Seguiu-se o encontro com os professores das várias universidades que abordaram a questão da empregabilidade, assunto que foi muito discutido.
O Mercado de trabalho em Cabo Verde é diminuto, é preciso formar jovens para o mercado global, para a internacionalização e valorizar as áreas que sirvam o desenvolvimento do país, defendeu uma das presentes.