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Extracto da intervenção do Presidente da República na 13º Cimeira da UA.
(tema: “Silenciar as Armas: Criação de Condições Favoráveis para o Desenvolvimento de Africa”)
19 de Fevereiro de 2016
Caros colegas chefes de Estado
(…) O tema da União Africana para o ano de 2020: “Silenciar as Armas: Criação de Condições Favoráveis para o Desenvolvimento de Africa”, muito mais do que uma importante proposição que deve nortear as intervenções de todos os Estados membros, tem de ser entendido como um poderoso eco dos milhões de mulheres e homens do nosso continente que clamam pelo direito a uma vida decente que tarda em chegar apesar de, paradoxalmente, estar ao alcance das nossas possibilidades.
O nosso continente e o mundo estão cada vez mais conturbados, devido a guerras, ataques à democracia, diversos tipos de violência, de entre os quais sobressai o terrorismo que insiste em infernizar a vida de um grande número de pessoas, comprometendo, natural e igualmente o desenvolvimento e o bem estar.
Sem a paz, a democracia e a participação dos cidadãos, especialmente dos jovens, o futuro da África poderá continuar hipotecado. Creio que cada um de nós é chamado a trabalhar para a criação de um mundo pacifico, que necessariamente passa pela assunção plena, nos planos interno e regional de firmes compromissos no sentido do silenciamento das armas e da defesa da democracia.
Todos nós, decisores políticos, sociedade civil, somos interpelados a continuar a envidar esforços na procura incessante da paz, construindo uma cultura que permita conjugar atitudes individuais e colectivas em prol do bem-estar dos cidadãos e do seu desenvolvimento.
Como já referi, essa cultura da paz deve passar pelo esforço que devemos consentir, envolvendo crianças, jovens e adultos, nesta tarefa de lhes fazer compreender os princípios e o respeito pela liberdade individual de cada um, passando pela tolerância, o respeito pela democracia e pelo Estado de Direito, os Direitos Humanos e a luta contra as desigualdades sociais, através da solidariedade que se mostra tão necessária nos tempos de hoje.
Honesta e sinceramente urge passar das palavras à acção e deixar de ignorar que, amiúde, o caldo de cultura para a proliferação de alguns dos males que nos afligem, como o terrorismo, diferentes formas de violência e de tráficos, se alimenta de politicas de exclusão, autoritarismo, intolerância cultural ou religiosa.