A nomeação do Presidente da República, José Maria Neves, como padrinho do Programa de História Geral de África da UNESCO é um claro reconhecimento de todo o trabalho que Cabo Verde tem vindo a desenvolver na afirmação da sua identidade e no melhor conhecimento da sua história. A distinção, que também realça o papel do Presidente como Champion da União Africana para a Preservação do Património Natural e Cultural de África, acarreta desafios para o país, aos quais o Chefe de Estado está ciente.
O Presidente da República, reagiu, pela primeira vez, publicamente ao convite efetivado pela Diretora Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, em entrevista concedida, esta manhã, ao jornalista Júlio Vera-Cruz, para o “Primeiro Jornal” da RCV, realçando a justeza deste convite que é um reconhecimento por todo o avanço que Cabo Verde tem tido, não só na investigação e na escrita da sua própria história, mas também no seu desenvolvimento económico e cultural durante todos esses 50 anos da nossa independência. Ao mesmo tempo é, também, sinal do reconhecimento ao seu trajeto enquanto Champion da União Africana para a Preservação do Património Natural e Cultural de África.
A nomeação, segundo o Presidente, representa também um desafio para o país continuar a investigar e aprofundar a sua própria história, preenchendo as lacunas dos séculos XIX e XX. Para isso, José Maria Neves planeia articular-se com a UNESCO e outros países, promovendo conferências e investigações.
A propósito, o Presidente da República estará em Abuja, no final de setembro, na abertura do ano judicial do Tribunal de Justiça da CEDEAO, onde irá, precisamente, falar da importância e do Direito dos Africanos escreverem e conhecerem a sua própria História e de “ela ser ensinada, sem equívocos, nas escolas e nos diferentes níveis de ensino do continente africano”.
Aliás, um dos momentos marcantes nesta trajetória do Champion, desde a sua nomeação em fevereiro de 2023, foi o seu memorável discurso em fevereiro de 2024, também na abertura do ano judicial do Tribunal de Justiça da CEDEAO ocorrida, na altura, na Tanzânia, sobre “Justiça para os Africanos e as pessoas de descendência africana, através de reparações”.
Recorde o referido discurso, aqui:
Oiça a reportagem do Primeiro Jornal da RCV, aqui: