O Presidente da República, José Maria Neves, defendeu na III Leadership Summit Cabo Verde 2025 a necessidade de uma liderança estratégica, assente na confiança, conexão e transformação, para que o país enfrente os desafios da atualidade.
Neves descreveu o mundo como “disruptivo, caótico e inédito”, onde a confiança nas lideranças está em erosão e o populismo simplifica problemas complexos. Para este cenário, apelou a “lideranças e sistemas organizacionais inteligentes”, com capacidade de adaptação e inovação.
Para Cabo Verde, uma nação arquipelágica, os desafios são únicos: o distanciamento geográfico gera custos e disparidades, exigindo uma liderança que promova coesão e inclusão. O Presidente destacou a vulnerabilidade climática (seca, escassez de água), a mobilidade interilhas intermitente, as fragilidades de infraestruturas, o fosso digital, e o desemprego juvenil que impulsiona a saída massiva de jovens. A solução, segundo ele, passa pela “equidade territorial” e por uma “governança multinível” transparente.
Apesar dos “ganhos evidentes” em 50 anos de Independência, o Presidente alertou para uma “desaceleração” no desenvolvimento humano. Para o futuro, exortou a “profundas transformações na forma como fazemos política”, com mais sofisticação, eficiência e eficácia. É crucial aumentar a “confiança mútua” entre os atores políticos e construir consensos.
José Maria Neves sublinhou que é preciso transformar as vantagens comparativas de Cabo Verde (localização, beleza natural, criatividade) em vantagens competitivas, e mobilizar o seu “soft power” (cultura, democracia, estabilidade). Concluiu que, com lideranças “visionárias, estrategas, que geram confiança, criam conexões e catalisam dinâmicas transformacionais”, Cabo Verde poderá ser um país “moderno, próspero, justo e com oportunidades”.
