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Extratos de Carta de Sua Excelência o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos de Almeida Fonseca, dirigida a Sua Excelência, Sérgio Mattarella, Presidente da República Italiana, Roma

Praia, 23 de Março de 2020

(…) Se o vosso país é hoje a segunda pátria de muitos homens e mulheres cabo-verdianos, e a primeira para as novas gerações, tal resulta do nosso encontro na história, que remonta há mais de um século, aquando da passagem de barcos com emigrantes italianos, a caminho da América do Sul.
(…)Mas também poderíamos recuar ao tempo dos navegadores, dos primeiros contactos de europeus com as nossas ilhas, onde se encontram vários italianos. Hoje, algumas famílias cabo-verdianas mantêm apelidos italianos, resultado desse encontro de culturas, dessa fusão de espíritos.
(…) Mas saiba que, para o povo amigo de Cabo Verde, a Itália não se reduz a um conjunto de estatísticas, desta hora má que atravessa. A amargura profunda que nos chega com as notícias e os números redutores transforma-se em esperança e reforça a confiança naqueles que estão na linha da frente, mantendo viva a substância humana. Devemos contar e esperar muito desta condição humana. Só ela nos resta.
A alma crioula destas ilhas também sente, por inteiro, a vossa dor e o vosso sofrimento.
(…) Gostaria de lhe expressar, Excelência, a si e às famílias enlutadas, em meu nome e no do povo de Cabo Verde, os meus sentimentos por todos os compatriotas e familiares desaparecidos nesta crise, e afirmar-lhe que pode contar com a máxima solidariedade do povo de Cabo Verde nesta luta titânica, que o seu país trava. Desejo-lhe também muita coragem e muita força nesta hora terrível.
Estamos disponíveis para ajudar naquilo que for possível, para debelar esta crise.
Seguramente que as centenas de milhares de cabo-verdianos, de alguma forma, hão- de reencontrar-se com os sessenta milhões de italianos, abraçando-se uns aos outros, uns nos outros.

…Traduzione di Cortesia…

(…) Se il vostro paese è oggi la seconda patria di molti Capoverdiani uomini e donne, e la prima per le nuove generazioni, tale risulta dal nostro incontro nella storia, che risale a più di un secolo, quando passavano le navi con emigranti Italiani, sulle rotte del Sud America.
(…) Ma potremmo tornare indietro, al tempo dei navigatori, dei primi contatti di europei con le nostre isole, dove si trovano molti Italiani. Oggi alcune famiglie Capoverdiane mantengono cognomi Italiani, risultato di questo incontro di culture, di questa fusione di spiriti.
(…) Ma sappia che per il popolo amico di Capo Verde, l’Italia non si riduce a un insieme di statistiche, di questo brutto momento che attraversa. L’amarezza profonda che ci arriva con le notizie e i numeri riduttori, si trasforma in speranza e rinforza la fiducia in quelli che sono nella linea di fronte, mantenendo viva la sostanza umana. Dobbiamo contare e aspettarci molto da questa condizione umana. Solo questo ci resta.
Anche l’anima creola di queste isole sente, per intero, il vostro dolore e il vostro soffrimento.
(…) Vorrei esprimerle, Eccellenza, a lei e alle famiglie in lutto, a mio nome e del popolo di Capo Verde, i miei più cari sentimenti per tutti i connazionali e familiari che sono mancati in questa crisi, e confermarle che potrà contare con la massima solidarietà del popolo di Capo Verde in questa lotta titanica, che il Suo paese affronta. Le auguro altresì molta forza e coraggio in queste ore terribili.
Siamo pronti ad aiutare in tutto quello che sarà possibile, per debellare questa crisi.
Sicuramente le centinaia di migliaia di Capoverdiani, in qualche modo, si rincontreranno con i sessanta milioni di Italiani, abbracciati gli uni agli altri.
Nella speranza che tutto torni alla normalità molto brevemente, accetti Eccellenza, l’assicurazione della mia più alta considerazione e stima.

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