Guiné-Bissau: PR apela à contenção na gestão do pós golpe para evitar mais violência
O Presidente da República, José Maria Neves, reagiu, esta manhã, à tentativa de Golpe de Estado de ontem na Guiné-Bissau, a reforçar a condenação conjunta dos Chefes de Estado da CEDEAO a qualquer tentativa de subjugação à força do poder instituido, mais concretamente no que concerne ao episódio verificado esta terça-feira, na Guiné-Bissau. Outrossim, o Presidente Neves apela à “serenidade”, “responsabilidade” na gestão do “pós golpe”, por forma a evitar mais violência e derramanto de sangue, sendo que há relatos de pelo menos seis mortes relacionadas.
“Estamos a aguardar mais esclarecimentos em relação aos contornos, aos meandros da tentativa de Golpe de Estado que se verificou ontem na Guiné-Bissau. O nosso apelo é para que a gestão do pós-golpe se faça com a necessária contenção para se evitar mais violência”. E explica que “qualquer excesso ou violência poderão trazer mais problemas à Guiné-Bissau.
José Maria Neves lembra já ter falado com o seu homólogo guineense, Umaro Sissocko Embaló, sobre o ocorrido, o “penso que a situação já está sobre controle”.
Mesmo assim, Neves diz-se preocupado “com a instabilidade que se verifica na região. Em 18 meses tivemos três golpes de Estado na região. Em 18 meses tivemos três golpes de Estado e uma tentativa falhada, mas que não deixa de demonstrar instabilidade, insegurança e tentativa de fragilização, ainda mais, das instituições democráticas”.
Nisso o Chefe de Estado cabo-verdiano recomenda uma avaliação “com profundidade” pela CEDEAO, em relação “às causas dessa instabilidade e procurar globalmente soluções que levem a uma maior segurança, a uma maior estabilidade, à consolidação das instituições democráticas a nível de todos os Estados da Região, evitando, assim, mais golpes ou tentativas de golpes de estado que poderão levar à deterioração da nossa Comunidade e à deterioração da Democracia e à crise da política na nossa região”.
Neves aponta outros desafios para a estabilidade na região como o terrorismo, o narcotráfico “que devem er efetivamente considerados”, para além da melhoria da Governança global na região, “para que haja políticas públicas consistentes, orientadas para a solução dos problemas das pessoas, para o desenvolvimento da nossa região e para se garantir a paz, a tranquilidade em toda a região”.
Essas, para além da problemática da COVID-19 serão temas em cima da mesa de discussão entre os Chefes de Estado e de Governo da União Africana em que participa José Maria Neves, nos dias 5 e 6 de fevereiro próximos.
Ouça as declarações de Sua Excia., o Presidente da República, José Maria Pereira Neves, novideoclip a seguir: