Mensagem alusiva ao Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP

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Neste Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP celebramos uma das maiores heranças culturais que a história, de mais de 500 anos, nos deixou. Um património que nos conecta a mais de 260 milhões de falantes do português em todo o mundo. Uma cifra que tende a aumentar com o crescente interesse que o nosso idioma vem despertando, pela sua versatilidade, vitalidade e inegável riqueza, fruto das belas expressões, vivências e interculturalidade dos falantes do português nos 5 continentes.

Sendo inegáveis essa força da Língua Portuguesa e a sua crescente projecção internacional, urge que identifiquemos as causas de uma sua deficiente apropriação no nosso país, atualmente, em especial por parte dos cidadãos e cidadãs mais jovens, faixa em que, na verdade, os níveis de competência neste particular precisam urgentemente ser melhorados.

Este ano, Luanda, em Angola, é o epicentro das celebrações sob a égide da “Cultura, Língua, Economia, Ciência e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável”. Apesar de ser o quinto idioma mais falado no mundo, o português ainda não se afirmou como língua de negócios e nem como língua científica, sendo sempre necessário recorrer a bibliografia traduzida, no mundo académico. O desafio não poderia ser maior: o de reforçar as ligações históricas e culturais e, na prática, transformar a língua comum num fator facilitador de negócios, criação de riqueza, investimento em pesquisa e inovação, partilha de conhecimento e aplicar todo este potencial em políticas públicas conjuntas que promovam a melhoria de condições de vida dos cidadãos da Comunidade de Língua Portuguesa, que almejam, sempre, por um patamar de desenvolvimento mais elevado.

Se a língua tem valor cultural, estratégico, económico e geopolítico é preciso um investimento maior em políticas públicas de ensino e aprendizagem do português, como língua segunda em Cabo Verde, para que os nossos cidadãos não encontrem barreiras que possam dificultar a sua integração em qualquer território da Comunidade da Língua Portuguesa e, num campo muito mais vasto, que é o das tecnologias de informação e comunicação, determinantes num mundo que vive cada vez mais “online”.

Da mesma forma, urge que a língua que nos é comum seja a mola impulsionadora do nosso espaço comum de circulação de sujeitos e bens da Arte, da Cultura. Ou seja, os nossos Criadores e os produtos da sua criação, desde livros a obras de arte. É preciso que circulem livremente, que se enriqueçam mutuamente e sejam consumidos, usufruídos neste imenso mercado que é o da nossa Comunidade. Cultura na CPLP tem de ser Cultura em circulação na CPLP! Por vezes, o maior dos incentivos é a mera eliminação de barreiras dispensáveis ou circuitos redundantes.

Por outro lado, torna-se necessário que o país disponibilize, gratuitamente, o maior acesso à aprendizagem da língua aos imigrantes que escolhem Cabo Verde como lar ou como destino de negócio. É um fator de integração primordial, que se pode fazer através de programas educacionais bem estruturados, que tenham em atenção uma política eficaz de coabitação das duas línguas faladas no nosso território. 

Neste aspeto, a contribuição do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, com sede na Cidade da Praia, pode e deve ser determinante. Assim como a implementação de programas e projetos que concorram para a massificação do uso da língua na CPLP e a sua internacionalização, como fator promotor de paz, inclusão e desenvolvimento.

Que seja este 5 de maio ocasião para um revigorar do nosso empenhamento, pessoal, institucional, nacional em prol da promoção e constante valorização da Língua Portuguesa e da Cultura no seio da nossa Comunidade e além dela!