A sala Beijing acolheu, esta tarde, o segundo debate no quadro da Semana da República, com o Reitor da Universidade de Santiago a descorrer sobre a “Nação Cabo-verdiana, entre desafios e inquietações “. Desafios esses que têm a ver, segundo o orador, o Professor Doutor Gabriel Fernandes, com “uma espécie de reconciliação da Nação, para que o país possa avançar nos entendimentos à volta do que chamou de “Pauta Nacional”.
O académico lembra que uma Nação precisa de referências históricas, para alimentar o sentido de pertença.
Sentiria feliz, diz, se se falasse sem reservas, por exemplo, dos legados de Amílcar Cabral e de outros filhos da terra como Eugénio Tavares e Loff de Vasconcelos que lutaram para que “o crioulo” não fosse colocado na situação de marginalidade e permanente inferioridade.
Essa reconciliação, pontuou, passa pelo resgate dos pilares que basilaram a Nação, nomeadamente os valores à volta da palavra dada, da família, do trabalho, da fé e da comunidade.
São também desafios para o país, o autoconhecimento, a superação das vulnerabilidades estruturais, a educação para a cidadania, a promoção da coesão interna, da paz, da liberdade, da dignidade e da justiça social, ressalta o académico.
O painel teve como debatedores a Assistente Social Mónica Furtado, que apresentou a sua experiência como gestor público nas respostas sociais aos grupos vulneráveis durante a pandemia da Covid-19, e o Brigadeiro- General Antero Matos, que discorreu sobre a segurança pública.