O Presidente da República, José Maria Neves, recomendou hoje estudos sobre o impacto desta nova vaga de emigração de altos quadros cabo-verdianos que se verifica de algum tempo para cá. Considerações feitas à luz da Conferência sobre Mobilidades no Século XXI: desafios para Cabo Verde, promovida pelo Chefe de Estado, no quadro do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades, que se celebra neste 18 de outubro.
Segundo o Presidente Neves, perante o aparente “recrudescimento” desta saída de quadros altamente qualificados para buscarem espaços socioeconómicos muito mais dinâmicos, “é importante conseguirmos fazer estudos sobre o impacto desta mobilidade para fora no tecido produtivo cabo-verdiano, na produtividade e na competitividade da nossa economia, para podermos tomar medidas que nos permitam mitigar os efeitos dessa grande movimentação, particularmente de jovens para o exterior”.
Quem participou na «Conferência Sobre Mobilidades no Século XXI: desafios para Cabo Verde», pôde presenciar um debate de alto nível com a Doutora Iolanda Évora e o Doutor Pedro Andrade Matos, moderado pela jornalista Rosana Almeida, e muito participado.
As razões deste aparente aumento de jovens, e também de quadros com mais experiência, a buscarem a emigração são, segundo os participantes no debate, várias, desde a “falta de políticas de motivação e emprego para os jovens”, a “falta de cultura de meritocracia”, “a pouca valorização de algumas classes, nomeadamente, a docente”.
Contudo, os oradores desdramatizam e sublinham, na linha do que defende o Presidente da República, o potencial que representa a nossa Diáspora para o desenvolvimento do país, faltando, sim, construir formas e incentivos para que estes quadros, lá onde estiverem, possam investir e trabalhar no/e para o país.
Sublinhando o exemplo de Portugal, estes mostram que o “êxodo” de quadros não é um desafio só nosso e que há que aproveitá-lo ao nosso favor.
A seleção de basquetebol é apresentada como um exemplo paradigmático, com o capitão dos Tubarões Azuis da modalidade, Fidel Mendonça, na plateia, a chamar a atenção para a necessidade de incentivos para que esses jovens desportistas possam virar-se mais para o país, no sentido de investirem mais em Cabo Verde, seja economicamente ou com ‘know-how’, com projetos sociais, por exemplo.
Veja aqui as considerações do PR à comunicação social sobre a problemática das Mobilidades para Cabo Verde: