Discurso de Sua Exccelência, o Presidente da República, José Maria Neves, por ocasião da Gala do 17. ° Aniversário da ACLCC

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Este é um momento especial. Em Cabo Verde, é difícil, uma organização voluntária, que exige um forte engajamento cívico das pessoas, viver 17 anos. A Associação de Luta Contra o Câncer está comemorando os 17 anos da sua existência.

E esta presença da Rosi Santos é extraordinariamente importante. Na Diáspora e ela vem de Luxemburgo, estive recentemente numa visita de Estado a Luxemburgo e pude ver várias organizações, vários espaços de participação cívica dos cabo-verdianos, na vida política, social e económica de Luxemburgo, mas também sempre com um olhar voltado para Cabo Verde. Sentimos uma grande maturidade cívica, um desejo intenso de participação para que Cabo Verde possa crescer, do ponto de vista material e espiritual.

Mas também, mais recentemente, estive nos Estados Unidos e pude estar tanto em Massachusetts como em Rhode Island em vários espaços de participação cívica dos cabo-verdianos. Sente-se que há uma grande maturidade e há também um grande desejo de ajudar Cabo Verde nos mais diferentes domínios, designadamente no domínio da saúde. Estive com mais de 200 médicos de ascendência caboverdiana, na Universidade de Brown.

Há uma associação que está a mobilizar esses médicos para trabalhar com Cabo Verde nas mais diferentes especialidades. Isso é muito bom, porque é um farol para nós que estamos aqui nas ilhas, onde o voluntariado, o engajamento cívico, a participação ainda tem níveis muito baixos. Os custos de participação também aqui nas ilhas é muito mais elevado.

Então precisamos dessa troca, desse diálogo, para também aqui, a esse nível, possamos crescer e possamos conseguir o engajamento cívico, a participação dos cidadãos e da sociedade civil nos mais diferentes desígnios nacionais. É precisamente por isso que esta gala é cintilante. E gostaria de dar os meus parabéns a esse grupo de pessoas das mais diferentes profissões, as pessoas ligadas à saúde, os médicos, os enfermeiros, os técnicos, que se engajaram nessa luta, porque o campo exige sobretudo a prevenção, como a Rosi já nos disse aqui.

Sobretudo a prevenção, sobretudo a deteção precoce, e podemos ganhar, podemos vencê-la. E então, quando temos cidadãos que se engajam de corpo e alma nesta luta, é de se louvar. E manifesto também a minha amizade e a minha solidariedade a todas as pessoas afetadas, porque é preciso nesta e noutras esferas lutar sempre, ter a esperança de que é sempre possível vencer, como a Rosi nos disse aqui.

E o testemunho dela é penetrante, precisamente porque nos mostra uma grande disponibilidade para lutar e vencer, mesmo em momentos difíceis. E sobretudo em momentos difíceis é que nós podemos mobilizar todas as nossas capacidades e todas as nossas energias para superar a nós mesmos. A Rosi já fez várias superações e outros também podem superar.

Espero que nos 18 anos possamos ter esta sala completamente cheia, porque cada um de nós vai trazer mais duas, mais três, mais quatro pessoas para engrandecermos ainda mais este movimento cívico de luta contra o cancro.

E para além dessa prevenção, termos também melhores condições de tratamento nos nossos hospitais, melhores condições de vida para todas as cabo-verdianas e todos os cabo-verdianos. 

Parabéns, uma grande gala, a música une os cabo-verdianos e espero que ao som das lindas músicas cabo-verdianas possamos nos inspirar para fazer muito mais por todas e todos que ainda sofrem.

Muito obrigado Cornélia e obrigado Rosi Santos. Obrigado a todas e a todos que têm dado o seu contributo para ter presente, para que a luz esteja sempre acesa e nos possa continuar a iluminar os caminhos dos próximos tempos. 

Obrigado.

 

Obrigado.