O Presidente da República, José Maria Neves, recebeu no final da tarde, em audiência os presidente e vice-presidente da Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), Geremias Furtado e Gisela Coelho. Furtado manifestou à comunicação social, à saída do encontro, a satisfação por constatar as “convergências” entre a visão do Chefe de Estado e da AJOC, no que tange à defesa da Liberdade de Imprensa.
“Saímos satisfeitos e motivados ao ver que o pensamento do Senhor Presidente da República vai ao encontro daquilo que tem defendido a AJOC, um pensamento em prol da liberdade de imprensa em Cabo Verde, e que nos motiva e deixa cientes de que a liberdade e o interesse público irão prevalecer em toda essa situação que está a acontecer”, frisa Furtado.
A AJOC, através do seu presidente, teme que, com os últimos casos que opõem a Justiça a jornalistas da Santiago Magazine e do jornal A Nação, possam perigar os ganhos conseguidos em matéria de liberdade de imprensa e que “haja um retrocesso”. Isso porque, afirma, “pode abrir um precedente para que de ora em diante condicionar o jornalismo de investigação com a constituição de jornalistas arguidos”.
A AJOC, avança Geremias Furtado, tem assim, programada uma manifestação pacífica, para além de ter avançado queixas a algumas instituições internacionais de defesa do jornalismo e da defesa da liberdade de imprensa.
Todavia, a AJOC apela ao diálogo e um debate franco e esclarecedor para que a lei seja mais clara no que tange à liberdade de imprensa, propondo “que caia o artigo 13 do código do processo penal” que abre a possibilidade de o jornalista ser constituído arguido pelo crime de desobediência.