O Palácio da Presidência da República testemunhou, na tarde desta terça-feira, um momento carregado de emoções, com o lançamento do livro “Uma dor além do Parto”, da socióloga Miriam Medina.
Com esta obra, Medina quis trazer para o debate público “dores silenciadas” nas mulheres vítimas da violência obstétrica, um problema cuja existência, de forma global, já é reconhecida pela própria Organização Mundial da Saúde.
A partir de relatos de “vítimas”, a autora espera a adoção de medidas que possam ajudar a melhorar o atendimento às grávidas na hora do parto, momento que deve ser carregado de amor e segurança.
A socióloga conta que a escolha do dia 8 de março para o lançamento do livro não foi por acaso, mas sim para aproveitar todo simbolismo associado e chamar a atenção para algo de deveria ser natural, e não traumatizante.
Ao fazer a apresentação da obra, Vera Duarte lembrou que a violência obstétrica, algo que “felizmente em Cabo Verde é uma exceção e não regra, é uma violência aos direitos humanos fundamentais da mulher e realçou a importância de se assegurar às gravidas um parto de forma a não deixar traumas que, por vezes, as acompanham por toda vida.
Com um misto de sentimentos, a obstetra, que também foi oradora, realçou, entre as violências obstétricas classificadas pela OMS os abusos verbais, intervenções sem consentimento da mulher, a proibição de alimentação ou hidratação durante o trabalho de parto e a proibição do acompanhamento pelo esposo.