O Presidente da República defendeu, esta segunda-feira, 11, uma conjugação de esforços no sentido de se encontrar uma solução para o embargo sobre os produtos agrícolas em Santo Antão.
José Maria Neves fez este pronunciamento, em declarações à imprensa, no final de uma visita à Quinta São João Baptista. O Proprietário do empreendimento em Lajedo apelou, na ocasião, ao levantamento do embargo para as ilhas não agrícolas, nomeadamente Boa Vista e Sal, onde entende que o risco é praticamente zero, por forma a se permitir um maior proveito da demanda turística em termos de produtos agrícolas, além de se aumentar as exportações, mediante o cumprimento rigoroso das regras sanitárias.
“Mais de 40 anos depois, é preciso rapidamente sentarmos em torno de uma mesa, numa perspetiva muito pragmática e inteligente, para se resolver esta questão”, defendeu o Chefe de Estado para quem é preciso ver, com o concurso do sector privado, como aproveitar melhor o Centro de Expurgo, construído em Porto Novo, para “eventualmente numa primeira fase, se efetuar a exportação de produtos de Santo Antão para as ilhas do Sal e da Boa Vista”.
Esta primeira visita de José Maria Neves à ilha das montanhas visa, essencialmente, promover o Ano das Montanhas, para se “aproveitar todas as potencialidades, todas as riquezas que nós temos relacionadas com as montanhas”.
O Chefe de Estado mantém, durante esta estadia, encontros com os presidentes das Câmaras Municipais — hoje foi a vez de Aníbal Fonseca, em Porto Novo — para inteirar-se dos principais desafios e das perspetivas de desenvolvimento, considerando, para já, ser necessário acelerar o passo.
“A ilha de Santo Antão confronta-se um pouco com esta necessidade de acelerar o passo, ter novas políticas”, e, sobretudo buscar mais equilíbrio na distribuição de recursos, para “combatermos as assimetrias regionais e garantirmos um desenvolvimento mais equilibrado do todo nacional”, diz o Chefe de Estado.
Após visitar a Quinta São João Baptista, que aposta na produção de queijo e na charcutaria, José Maria Neves considerou o empreendimento um exemplo do que “temos de fazer” para o aproveitamento das oportunidades. “Para que as comunidades sejam sustentáveis, para que tenhamos emprego decente, rendimento para as famílias e podermos garantir o desenvolvimento no horizonte 2030, temos de apoiar iniciativas desta natureza” realçou o Chefe de Estado que defende o desenvolvimento da agroindústria no país, na linha das recomendações do encontro que manteve, no final da tarde, com as forças vivas do município de Porto Novo.