O arranque da visita do Presidente da República à ilha da Boa Vista, nesta terça-feira, 19, ficou marcado por uma intensa agenda de trabalhos, que permitiu ao Chefe de Estado constatar a retoma, ainda paulatina, da atividade turística, depois da devastação do setor provocada pela crise pandêmica, pelas secas severas e a atual escalada de preços.
Perante o cenário, também marcado por desafios antigos como a necessidade de um programa de infraestruturação urbana, melhorias a nível das prestações da saúde e implementação de uma rede de esgotos, como destacou o presidente da edilidade local, o Chefe de Estado defendeu que a ilha merece, neste momento, uma atenção especial do governo e dos potenciais parceiros, para que não venha a ter retrocessos nos progressos que vinha registando.
José Maria Neves considera essencial uma forte cooperação entre o governo e a Câmara Municipal para a criação de fatores de competitividade, visando acelerar o ritmo de crescimento, o reforço das micro e pequenas empresas e uma melhor integração da Boa Vista no processo de desenvolvimento do turismo, que precisa ser inclusivo e trazer mais valor acrescentado para a ilha das dunas.
Durante o primeiro dia desta visita à Boa Vista José Maria Neves esteve a inteirar-se dos desafios abraçados pela Câmara Municipal e os projetos em carteira na Sociedade de Desenvolvimento Turísticos das Ilhas de Boa Vista e Maio, percorreu os hotéis Riu Palace e Iberostar e encontrou-se com os operadores económicos/turísticos e a sociedade civil para medir o pulso à retoma do turismo e auscultar as preocupações do sector.
Além do impacto da pandemia no setor económico, preocupam os empresários as deficiências nos transportes aéreos, a pobreza e o desemprego, a problemática dos doentes mentais nas ruas, a falta de um centro cirúrgico e outas limitações em termos de cuidados de saúde, etc.
A retoma constatada no turismo é ainda tímida, mas “animadora”, com os dois hotéis a registarem uma média de ocupação de 80% e 50%, respetivamente, desde a reabertura nos finais do ano passado, e o regresso gradual dos trabalhadores, que tinham voltado para as ilhas de origem, depois que a crise se instalou.
Outra área que carece de intervenção, refere o Presidente da República, é a saúde, designadamente a ampliação e modernização do Centro de Saúde, mas também a resolução dos problemas das evacuações, além do agro-negócio.