Falando na abertura da conferência realizada este sábado, pela Presidência da República em parceria com a Embaixada de Angola, em celebração do Dia da África, o Presidente da República refletiu sobre os ganhos obtidos com a criação da Organização da União Africana (OUA), hoje União Africana, e os desafios que ainda persistem no continente. Entre esses está a defesa dos interesses africanos no que o Chefe de Estado chama de “descolonização”das relações com as antigas colónias, no sentido de reduzir o fosso económico entre a África e esses países. José Maria Neves é apologista de a África.ser capaz de buscar e encontrar as suas soluções para os seus problemas.
Outro desafio tem a ver com a redução dos conflitos e dos focos de conflitos no continente, com o PR a referir, entre vários outros exemplos, o conflito na região do Magreb, que opõe Marrocos e o Saara Ocidental proclamado país independente em 1979, tendo sido desde então reconhecido pela UA e, na altura, por Cabo Verde.
Entretanto, face ao conflito entre o Saara Ocidental e Marrocos e respeitando as orientações das Nações Unidas, Cabo Verde viria a congelar em 2007 esse reconhecimento até que fosse concretizado o referendo recomendado pelas Nações Unidas para que o povo daquela região reclamada por Marrocos possa expresar a sua vontade em relação ao seu destino. Referendo esse que até hoje não se concretizou.
“Esperamos que este referendo possa realizar-se para que, efectivamente, este conflito que ainda existe na África do Magreb possa ser resolvido a bem do povo. É bom dar a palavra ao povo Saharaui no quadro do sistema das Nações Unidas, respeitando o direito internacional para que o povo decida sobre o seu futuro, decida o seu destino”, sublinhou o Presidente Neves.
Acompanhe, aqui, na íntegra, as reflexões do Presidente da República, por ocasião das celebrações do dia de África: