O Presidente da República assinala o 48º aniversário da Independência Nacional sob o signo do reconhecimento e valorização do contributo histórico, político, cultural e científico de personalidades e instituições na edificação do Estado Cabo-verdiano.
O Programa de atividades, a ser cumprido de 5 a 13 de julho, tem, assim, como ponto alto, no dia 5 de julho, o momento das condecorações, que enaltecem conquistas e seus protagonistas em diversas frentes fundamentais para o país. A começar, a atuação de figuras panafricanistas visionárias que continuaram e renovaram a luta e o legado de Amílcar Cabral e outros Líderes e companheiros dessa geração, para responder aos desafios dos novos tempos no continente. Destaca-se o caso de Salim Ahmed Salim, Secretário Geral, durante muitos anos, da antiga OUA – Organização da Unidade Africana, personalidade destacada nos combates pelo Pan-Africanismo e a Unidade Africana, e firme apoiante da agenda político-diplomática de Amílcar Cabral. Foi uma das testemunhas internacionais da Cerimónia da Proclamação da Independência de Cabo Verde, na Várzea, a 5 de Julho de 1975.
No capítulo condecorações, merece destaque, também, a intervenção continuada e robusta de profissionais das ciências da terra e do ambiente, e, em particular, de uma reputada instituição nacional, o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário, INIDA, além de Organizações que se têm destacado na defesa do ambiente, da biodiversidade e da cidadania ambiental. O contributo destes e outros atores ajudou a estruturar instituições públicas relevantes para o desenvolvimento nacional e na promoção da sustentabilidade ambiental. Um desafio abraçado com determinação desde os primórdios da independência e que foi adquirindo novos propósitos com os impactos das alterações climáticas, carecendo e merecendo de todos um “djunta-mon”, com forte apoio do Chefe de Estado também como Champion da Preservação Natural e Cultural de África.
Do mesmo modo, a Diáspora é, mais uma vez, reverenciada nesta condecoração presidencial, pelo seu contributo decisivo para a libertação do país, mas também para a reconstrução, a democratização e o desenvolvimento nacional, constituindo, por isso, um verdadeiro património. O desempenho de muitos filhos das ilhas e seus descendentes espalhados pelos quatro cantos do mundo tem sido determinante na defesa das comunidades cabo-verdianas emigradas e sua efetiva integração nos países de acolhimento, incluindo a mobilização de vontades e apoios para causas anónimas nas comunidades, mas também nas ilhas.
A cultura, com destaque para a música e seus fazedores, teve papel crucial no processo da Independência Nacional. Sua capacidade de mobilização, o impacto real na concretização dos ideais da libertação e a afirmação da identidade e de géneros, até então reprimidos, merece reconhecimento. Os Decretos Presidenciais das condecorações dão corpo a esta necessidade com a distinção de um artista que, com o seu trabalho, ligado essencialmente à promoção do funaná genuíno, trouxe para o panorama musical cabo-verdiano composições de grande valor patrimonial e cultural.
No programa das comemorações da data maior da Nação, reservou-se espaço para o cinema nacional, que tem ganhado projeção e reconhecimento, no país e além-fronteiras. Nesse quadro, serão exibidos filmes e documentários com um denominador comum: a mulher no centro, como produtora ou como atriz principal.
Confira o programa de comemorações, aqui, e o Boletim Oficial com os decretos de condecoração:
https://drive.google.com/file/d/11wcVvBQqSHfV8Sr9AZzx0jK9y6P75V8_/view?usp=sharing