Palavras do Chefe de Estado, José Maria Neves, ao intervir, esta sexta-feira, na Sessão Solene promovida pela Presidência da República para celebrar o Centenário do Nascimento de Aristides Pereira e exaltar a vida e a obra do Homem e Estadista que “apresentou Cabo Verde ao mundo”. Um Homem que, com a sua “moderação, equilíbrio e ponderação” e o seu pragmatismo “ também deu um contributo determinante para a conquista das independências da Guiné Bissau e de Cabo Verde e para a construção do Estado e do progresso social no nosso país.
O Presidente da República reiterou, no ato, constituir um dever de memória e um direito à história não só lembrar os protagonistas, mas também o contributo e a influência das independências dos PALOP nas mudanças que viriam a acontecer em África, esperando que ainda possamos mudar “a relação que temos com os nossos heróis, de todos os tempos”.
“Sempre na defesa intransigente do direito internacional, dos princípios humanitários, da solução negociada dos conflitos e da paz, graças ao equilíbrio, experiência, confiança e respeito granjeados, Aristides Pereira faz de Cabo Verde um país útil e escutado, contribuindo decisivamente, embora de forma discreta, para o término do ‘apartheid’ na África do Sul, o fim do conflito entre este país e Angola e a independência da Namíbia”, enalteceu o Chefe de Estado, para quem Aristides Pereira acabou por estabelecer o modelo de ser Presidente da República em Cabo Verde.
José Maria Neves insta à inspiração nos veteranos, como o Presidente Aristides Pereira, para realizar os atuais desafios económicos, sociais, de educação, de segurança social, da pobreza e do desemprego, alertando que “a governação deve continuar a ser uma questão eminentemente ética, respeitando as regras do jogo, construindo consensos e procurando o bem comum”.
O Ato Solene ficou também marcado por uma rica conferência, com o antigo conselheiro, Aristides Lima, a apresentar Aristides Pereira como um Estadista antes mesmo do Estado cabo-verdiano e com um lugar singular na Galeria nacional dos Presidentes, ao ser o único Chefe de Estado eleito por três mandatos, uma das vezes de forma indireta, que dirigiu dois partidos em dois países diferentes e que presidiu o Conselho de Ministros.
O Embaixador António Lima, por seu lado, iniciou a sua intervenção com uma triste saudação, pela situação na Faixa de Gaza, realçando o imperativo de um cessar-fogo, antes que seja tarde demais. Apresentou, também, um comentário desiludido pelo chumbo, no Parlamento, da proposta para a celebração do Centenário de Amílcar Cabral, lembrando que o mesmo “já não precisa de culto de personalidade por pertencer à história”.
Lima realçou as opções estratégicas delineadas pelo Presidente Aristides Pereira, que granjearam ao país o respeito e a credibilidade perante a Comunidade Internacional, como a política do Não Alinhamento, a mediação de conflitos e a promoção do diálogo para a paz, particularmente na África Austral e em Angola, a venda das ajudas do PAM para investimentos e a transformação dos doadores em parceiros de desenvolvimento.
Acompanhe, na PRTV, no Facebook da Presidência, o vídeo do discurso, na íntegra, do Presidente da República nesta Sessão Solene que celebrou o Centenário de Nascimento do Presidente Aristides Pereira. Leia a matéria o discurso na íntegra aqui no Sítio web da Presidência da República.