Colóquio Centenário Amílcar Cabral: José Maria Neves Enaltece Legado de Amílcar Cabral à luz dos desafios do presente e do futuro

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Na abertura do Colóquio Centenário de Amílcar Cabral, realizado na Ilha do Sal em 10 de junho de 2024, O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, destacou esta segunda-feira, durante a sua intervenção  na abertura do Colóquio Centenário de Amílcar Cabral, realizado na Ilha do Sal, a importância e a atualidade do pensamento de Cabral face aos desafios contemporâneos.

Neves iniciou seu discurso ressaltando a riqueza cultural e histórica de Cabo Verde, contrariando a visão de que o país é pobre, citando como exemplo a exímia interpretação, na ocasião, da morna Doce Guerra do saudoso Antero Simas, pelo instrumentista Silvestre Fonseca, Neves realça a nossa condição de Estado oceânico e também de Nação Diaspórica que nos torna um Estado transnacional. “E podemos, por aí, ver a extraordinária riqueza que é Cabo Verde”, exclamou.

O Presidente Neves homenageou o legado de Cabral, mencionando a sua luta pela independência e pela construção de um Estado de Direito Democrático, elogiando ainda a capacidade de Cabral de inspirar a crítica ao colonialismo e à libertação, promovendo a utopia das soberanias e das democracias. “A razão crítica filosofal, que em síntese Nelson Mandela diria, ‘o maior foi Amílcar Cabral, ora enfileirado no panteão dos grandes líderes da humanidade’”, recordou.

Neves traçou paralelos entre o pensamento de Cabral e as crises atuais, incluindo as guerras geopolíticas e o crescimento dos extremismos. Ele enfatizou a necessidade de diálogo e solução negociada dos conflitos, condenando tanto a invasão russa à Ucrânia quanto os atos terroristas do Hamas e a resposta desproporcional de Israel. “Nada justifica, nem os extremismos de todos os lados, a destruição de um povo”, afirmou. O Mais Alto Magistrado da Nação reafirmou, assim, a solidariedade de Cabo Verde com o povo ucraniano e a defesa das liberdades civis e políticas dos palestinianos, advogando pela coexistência dos dois Estados (Israel e Palestina).

José Maria Neves finalizou a sua intervenção a destacar a relevância de Cabral para o futuro, encorajando a luta pela paz, liberdade e autodeterminação dos povos. “Com Cabral, aprendemos a lutar pela paz, pela liberdade, pela possibilidade de escolhermos o nosso destino com as nossas próprias mãos”, concluiu. O colóquio celebra a vida e obra de Cabral, cuja visão continua a inspirar os esforços por um mundo mais justo e humano.

Confira o discurso, na íntegra, em vídeo e/ou leia-o no link, a seguir: