A Cidade Velha simboliza um pouco a luta do Cabo-verdiano pela liberdade e pela dignidade, realçou, este domingo, o Presidente da República.
O chefe de Estado justificou, assim, a escolha do sitio histórico património da humanidade para acolher a conferência “Por uma Etnografia da Liberdade na História de Cabo Verde”, proferida pelo Sociólogo e coautor de três volumes da História de Cabo Verde, António Correia e Silva, no quadro da Semana da República.
“Vir à cidade Velha discutir a liberdade, na Semana da República, é um tributo a esta luta de séculos do homem cabo-verdiano pela liberdade e pela dignidade, disse José Maria Neves, em declarações aos jornalistas.
A 11ª edição da Semana da República, uma iniciativa concebida pela Presidência anterior, realiza-se, este ano, sob o signo da história, da memória e da cultura. José Maria Neves realça a continuidade do programa, lembrando à sociedade e às instituições da República de que “tudo o que é bom deve ser continuado”.
O mais alto magistrado da Nação diz que é preciso evitar a “síndrome da primeira vez” algo muito presente em países pobres como Cabo Verde, “onde há muito deslumbramento com o poder”. Pelo contrário, defende José Marian Neves, “é preciso dar continuidade a o que for bom, a bem do desenvolvimento económico e social do país”.
Na conferencia deste Domingo, António Leão Correia e Silva discorreu sobre a história de Cabo Verde e as dinâmicas da busca constante pela liberdade, desde o período do tráfico de escravos, que perdurou por cerca de três a quatro Séculos. Entre os fenómenos que moviam essa busca pela liberdade, Correia e Silva destacou o desejo de fazer cessar a fome, a necessidade de mobilidade entre as ilhas, a busca do conhecimento e a procura por uma vida melhor, através da emigração.
Na ocasião o Chefe da Casa Civil considerou a Semana da República uma iniciativa já consolidada e que, este ano, merecerá uma extensão pós 20 de Janeiro, Dia dos Heróis nacionais, com a inclusão do lançamento do mais recente livro do ex-ministro da Cultura, Mário Lúcio Sousa, no dia 22 deste mês. Todavia, lembra, a situação pandêmica no país obrigou ao adiamento de atividades previstas para São Vicente e São Nicolau.