O Presidente da República deixou, hoje, esta esperança a todos os cabo-verdianos ao discursar, na sessão Solene da Assembleia Nacional, em comemoração aos 48 anos da Independência nacional.
Face aos tempos difíceis, alertou o Chefe de Estado, “temos de ser sagazes e inteligentes para criarmos novas e promissoras possibilidades de futuro”, sem deixar ninguém para trás.
Pelas mudanças sem precedentes operadas no chão das ilhas nesses 48 anos, José Maria Neves diz que há um mar de razões para assinalarmos, com sobriedade, o marco maior da História da Nação. Ressalta, entretanto, que o crescimento terá que ser também espiritual, para atingir outros patamares e ser mais inclusivo e durável.
Nisto demonstra a sua preocupação com a questão de incivilidades e com os níveis de violência e de insegurança, particularmente nos maiores centros urbanos.
Na sua intervenção, o mais alto Magistrado da Nação apelou a uma radical transformação na Administração Pública, em termos de estruturas, para uma cultura de imparcialidade e de universalidade na prestação de serviço público, extirpando as práticas de nepotismo, amiguismo e troca de favores, para a valorização da excelência, do mérito, da transparência e da cultura de prestação de contas.
“Assim se defende a credibilidade e a legitimidade de relatórios produzidos, e a sua aceitação por todos, principalmente, se a sua publicação for tempestiva e não deferida no tempo. Com coerência, não se pode embasar práticas que, em circunstâncias anteriores, foram combatidas ou criticadas”.
José Maria Neves apelou, ainda, ao respeito pela diferença e pela opinião contrária, defendendo que “precisamos de democratizar um pouco mais a democracia”, ao mesmo tempo que destaca a necessidade de haver um certo sobressalto cívico, e a capacidade de indignar com o que não está bem, como forma de colocar na agenda e debater assuntos que interessam à nação.
Num momento em se inicia uma série de comemorações de efemérides marcantes para a vida de Cabo Verde e de países irmãos, “temos que começar, desde já, a projetar o Cabo Verde sonhado para os próximos cinquenta anos – para os cabo-verdianos nas ilhas e na diáspora –, antevendo o país que estará a comemorar o seu centenário”, disse José Maria Neves, certo de que “é possível ganhar o futuro, com grandeza material e liberdade de espírito”.
Leia o discurso, na íntegra, aqui:
Discurso de Sua Excia. o PR por ocasião do ato solene do 5 de Julho na Assembleia nacional
Veja, também, em vídeo, o discurso: