Presidente da República e confissões religiosas abordam situação pandémica, VBG, violência contra menores e alcoolismo

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O Presidente da República, José Maria Neves, recebeu esta manhã, cada uma à sua vez, algumas das várias confissões religiosas representadas no país, com todas elas a compartilharem da preocupação com a situação pandémica atual e que, face aos seus nefastos efeitos na economia e na saúde, acabam por ampliar outros grandes males sociais, como sejam, a violência com base no gênero (VBG), a violência contra menores, o alcoolismo e o consumo de outras drogas e estupefacientes. Preocupações essas, claro, que fazem parte da agenda do Presidente Neves.

Para além de sublinharem os correspondentes votos de bom ano ao Presidente da República, os representantes dessas confissões frisaram a sua total disponibilidade para apoiar e reforçar a mensagem do Presidente da República quanto à necessidade de maior responsabilidade e cuidados de todos para que se possa reverter a curva ascendente de infeções verificadas, sobretudo durante a quadra festiva de dezembro a esta parte.

Em representação da Igreja Católica, o Cardeal Dom Arlindo Furtado, fez questão de frisar a importância destes encontros com as confissões religiosas, saudando o Presidente da República pela “retoma de uma praxis antiga” e que, “infelizmente havia sido suspensa de alguns anos para cá.  

“Um gesto muito bonito”, diz, e “muito importante, pois que, assim como os cargos políticos eleitos, as Igrejas também têm como objetivo o bem comum. “De modo que foi um gesto muito bonito do Sr. Presidente, é bom que nos sentamos todos à mesa para o bem comum do nosso querido Cabo Verde”, reflete o Cardeal.

Assim, a situação pandémica atual do país é preocupação ingente no seio dessas confissões religiosas que manifestam a sua total disponibilidade para apoiar nesta luta, em particular no que tange à conscientização dos seus fiéis sobre os cuidados a ter para evitar a propagação do COVID-19.

o Superintendente da Igreja do Nazareno, David Araújo, recorda que ainda antes da decretação do Estado de Emergência em 2019, a Igreja do Nazareno havia já constituído um conselho que incluía médicos e técnicos da área social cristãos nazarenos que se reunira na altura com o Ministro da Saúde para debater a questão da doença. “E desde então temos estado muito envolvidos nesta luta”, afiança, com ações concretas de apoio, sobretudo às famílias mais vulneráveis.

Preocupação comum destas Igrejas, é também, a problemática da Violência com Base no Gênero (VBG), a violência contra a criança, sobretudo, a violência sexual, o uso abusivo do álcool e da droga estiveram no centro das preocupações, com o Cardeal Dom Arlindo Furtado, a avançar sobre a ideia de a Igreja Católica criar um centro feminino para apoio a mulheres vítimas do álcool e da VBG, na linha da Fazenda Esperança e o Grupo de Esperança Viva (GEV), organizações católicas que se dedicam, sobretudo, ao combate ao alcoolismo entre os homens.

Igualmente, o Presidente da Igreja Adventista, Natalino Martins, salienta o trabalho feito pela sua congregação para apoiar famílias devastadas por este grande mal social, com aquele responsável a disponibilizar-se, em nome dos adventistas, para apoiar as campanhas e iniciativas presidenciais nesta matéria.

Ainda em comum, todos sublinharam a força da fé para ajudar a ultrapassar esta fase mais delicada que vivem Cabo Verde e o mundo, e salientaram a sua crença de que 2022 trará dias melhores para todos.