Hoje, 1º e dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, é o momento para refletirmos sobre as conquistas, os desafios enfrentados e o caminho que ainda temos pela frente na prevenção e combate ao HIV/AIDS em Cabo Verde.
Ao longo dos anos, temos testemunhado avanços significativos na compreensão e tratamento do HIV/AIDS, mas a batalha ainda não foi vencida. É imperativo reforçarmos os esforços coletivos para garantir que todos os cabo-verdianos tenham acesso a informações, serviços de saúde e apoio necessários para prevenir e gerir esta condição.
Insto à intensificação das ações de prevenção, deteção precoce e tratamento do HIV/AIDS. É crucial fortalecer os serviços de saúde, garantindo que continuem a ser acessíveis a todos, independentemente da condição socioeconómica ou geográfica de cada um. Investir na educação e sensibilização é fundamental para capacitar a população – especialmente jovens e adolescentes –, com informações precisas sobre a prevenção e a testagem. É certo que celebramos excelentes resultados, mas não devemos baixar a guarda. Há que ter em conta que a cada ano temos novos jovens a iniciar a sua vida sexual. A todos eles deve ser facilitado o acesso à informação e aos meios de prevenção.
Outrossim, encorajo a implementação de programas de apoio psicossocial para aqueles que vivem com o HIV/AIDS e a suas famílias. O suporte emocional é uma parte vital do processo de enfrentamento, e devemos assegurar que ninguém se sinta isolado ou desamparado.
Gostaria de destacar uma atenção especial às mulheres, que são particularmente afetadas pelo HIV/AIDS, por serem as mais vulneráveis, devido a vários fatores. A pobreza tem uma face feminina, e isso se reflete na sua exposição ao vírus. Acredito que neste quesito, devemos redobrar esforços para abordar as disparidades de género, garantindo que as mulheres tenham acesso igualitário aos serviços de saúde, educação e oportunidades económicas.
Apelo à sociedade cabo-verdiana para se unir na promoção de uma cultura de solidariedade, compreensão e aceitação. A estigmatização e a discriminação continuam a ser barreiras significativas na luta contra esta epidemia, e atingem, de maneira desproporcional, as mulheres que vivem com o HIV/AIDS, perpetuando ciclos de desigualdade. Convoco a todos para um djunta mon com vista à erradicação do estigma associado ao HIV/AIDS, e promover uma sociedade inclusiva, onde todas as pessoas, independentemente do género, sejam tratadas com dignidade e respeito.